Moradores da SQSW 301 estão preocupados com o abandono de pessoas em situação de rua na CLSW 301. “Temos convivido com o cheiro de urina pela quadra”, diz uma moradora que prefere não se identificar. “Falam alto pela manhã e fazem barulho de madrugada”, relata. Ela também diz que há muita sujeira no local. “Ainda temos convivido com a sensação de insegurança”, diz.
“O porteiro me informou que são muitos moradores [do prédio] incomodados. Inclusive, ele viu uma que dessas pessoas em situação de rua estava nua tomando banho”, diz a mulher que mora em prédio residencial.
Outro morador da área diz que “essas pessoas precisam ser ajudadas, necessitam de acolhimento e o GDF deve amparara-las a sair da situação de vulnerabilidade. Dói passar por aqui e ver que passam necessidade, pedem dinheiro, comida.”
O Radar Sudoeste esteve no local no começo da semana e constatou que trata-se de um grupo de cerca de dez pessoas que passam o dia pelas quadras comerciais e dormem na altura da CLSW 301. Pelo menos um foi visto trabalhando como flanelinha. Na noite de quinta-feira (6), voltamos ao local e encontramos uma pessoa dormindo na parte de trás da quadra comercial.
Em nota, a Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Sedes) diz que não faz remoção compulsória de pessoas em situação de rua, que o papel da pasta é garantir direitos e proteção social para este público. Afirmou que acompanha, sistematicamente, as pessoas em situação de rua do DF, incluindo as que vivem nessa região do Sudoeste, por meio de 27 equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas) organizadas nas regiões administrativas. Nesse monitoramento, é ofertado acolhimento e acesso a serviços e benefícios socioassistenciais da assistência social e de outras áreas, como Saúde.
Para atender a população em situação de rua, a pasta conta ainda com dois Centros Pop (Asa Sul e Taguatinga) que funcionam diariamente, a partir das 7h, e servem como ponto de apoio durante o dia para quem vive ou sobrevive nas ruas. Nestes equipamentos é possível acessar espaços para guardar os pertences, fazer higiene pessoal, alimentação (café da manhã, almoço e lanche), além de ter orientações sobre seus direitos e benefícios. Recentemente, ambos passaram por manutenção de melhorias estruturais.
Segundo a Sedes, essa atuação inclui evolução de atendimento (criação de prontuário com abordagens frequentes) em que são ofertados, além do acolhimento, benefícios e encaminhamento para outras políticas públicas, como inserção no mercado de trabalho por meio de programas como o Renova DF, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Trabalho e Renda (Sedet); questões de saúde, saúde mental, alcoolismo e drogadição por meio dos Consultórios de Rua da Secretaria de Saúde; moradia para as pessoas de baixa renda, por meio da Companhia do Desenvolvimento Habitacional (Codhab), entre outros.
O órgão também diz que a população de rua no DF também é assistida pelos 13 Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). As unidades socioassistenciais viabilizam garantia de direitos a essa população, entre eles, a inscrição e atualização no Cadastro Único, para acesso a benefícios federais, como o Bolsa Família, e distritais, a exemplo do DF Social. Além dos benefícios oferecidos via Cadastro Único, o DF também garante benefícios eventuais e excepcionais, para pagamento do aluguel, passagem interestadual, por exemplo. A pasta também destacou que pessoas em situação de rua podem fazer qualquer uma das refeições disponíveis, gratuitamente, nos 18 restaurantes comunitários do DF.
Acompanhe o Radar Sudoeste no Instagram, Facebook, X (antigo Twitter), Youtube e Tiktok para ficar sempre atualizado sobre tudo que acontece perto de você.